terça-feira, 11 de agosto de 2009

O que faz do Brasil um país (tão) subdesenvolvido

A denominação econômica e social Subdesenvolvido traz consigo uma série de características que vemos quase todos os anos em citações nas aulas semanais de geografia e, para aqueles que lêem e assistem jornais, que estão na ponta da língua de qualquer colunista e comentarista político.

Há, entretanto, certos pontos pouco comentados, que as pessoas parecem querer esconder ou simplesmente não conseguem falar à respeito (ou são apenas mais alguns devaneios da minha pobre mente adolescente, deturpada pelos reclames do plim plim; mas não há como saber mesmo, então, continuemos).

A questão é que não gostamos de falar de nós mesmos. É por isso que precisamos tanto de psicólogos e psiquiatras. É fácil culpar os políticos por roubarem o nosso dinheiro, é fácil culpar o médico por ele ter se enganado sobre a real situação da nossa apendicite, é fácil culpar Deus quando há um incêndio, um maremoto, o quando aquele vizinho filho da mãe ganha na megacena.

Agora, é difícil pra burro admitir que os culpados do nosso país ser a porcaria que é hoje, com professores mal pagos, uma legião interminável de semi-analfabetos, escolas com telhados de palha, ruas cobertas por água poluída e contaminada - somos nós, cada um de nós. Eu, você, seus pais, os primos da garotinha ali no canto e, sim, também você que está tentando sair da sala antes que eu acenda as luzes e tenha que ouvir essa baboseira até o final.

Somos um país subdesenvolvido porque nosso povo possui pessoas com mentes condicionadas a viver num país subdesenvolvido. Um vislumbre geral de como é a vida na Noruega, ou nas mudanças que a Coréia do Sul sofreu nos últimos vinte anos e teríamos um levante geral em nosso povo. Deixaríamos de ser o gado inculto e apático que somos.

O jeitinho brasileiro - eis uma expressão da qual sinto uma repulsa particularmente forte - é a visão que norteia cada ação do nosso povo. Furando filas. Sacaneando o colega de trabalho. Passando a mão na bunda da garota que passa perto na festa. Jogando lixo no chão. Tomando banhos de horas. Esse câncer ideológico se espalhou nas últimas décadas, fazendo com que nossos heróis fossem jogadores de futebol que mal terminaram o Ensino Fundamental, e condenando a nordestina que venceu todas as dificuldades e concluiu seu Doutorado no exterior ao absoluto esquecimento.

Por causa disso, criou-se um ódio ao Brasil. As pessoas não mais amam seu país, mas querem sair desesperadamente de suas fronteiras. Mal percebem que se odiamos o país, odiamos a nós mesmos, pois Nós somos o Brasil.


Proponho que o jeitinho brasileiro seja substituído pela Honra Brasileira.

Cogito, ergo sum :T

domingo, 2 de agosto de 2009

O Dia em que Terra Parou


Nessa sexta feira tive a oportunidade de assistir um dos melhores filmes de ficção científica da minha vida. Não posso dizer que essa seja exatamente minha praia, sobretudo em questão de literatura - minha experiência nesse segmento da fantasia se estende apenas a metade da obra "Admirável Mundo Novo", e alguns contos de H.P Lovecraft - e sem contar a série Star Wars, nem nos filmes me considero particularmente entendido.

Assim me isento de possíveis críticas de especialistas em ficção científica - e faço isso pois conheço um bom punhado deles. (:

Enfim, ao filme. A refilmagem do filme "O Dia em que a Terra Parou", de 1951, fala sobre a vinda de um alien, representante
de um grupo de civilizações que nos observa há séculos, para a Terra, com a missão de avaliar a raça humana e decidir exterminar, ou não, nossa espécie - por ela estar prejudicando a existência da vida (tão rara no universo) em nosso planeta.

Fantástico.

Ótima atuação de Keanu Reeves (Matrix, A Casa do Lago, Advogado do Diabo, etc, etc), no papel de Klaatu, o alien ultra-gênio-exterminador-redentor, e Jennifer Connely (Diamante de Sangue, Uma Mente Brilhante, etc, etc), a mocinha-cientista-mãe-viúva-crente-no-lado-bom-do-ser-humano. E o que falar do pequeno Jaden Smith (filho de Will Smith), em seu personagem tã(ãããããããããã)o diferente (pentelho, em outras palavras... hehehe).

Some tudo isso às (muitas) revisões quanto à (relativa, tratando-se de uma ficção...) veracidade do roteiro por parte do astrônomo Seth Shostak, e você terá esse incrível trabalho.

Fica a sugestão para quem quiser ver o filme. Só não esperem ver grandes explosões no vácuo ( .-.), lasers e sabres de luz - o filme traz uma visão muito mais biológica das supostas tecnologias alienígenas. E, para fãs e não fãs da ficção científica, acima de tudo, traz alguns questionamentos sobre nossa própria existência e relevância como espécie terrestre.

Nas (quase exatas) palavras de Klaatu:

"O problema de vocês [humanos], não é tecnologia. O real problema é que vocês tratam seu planeta exatamente como tratam uns aos outros".

...


Não basta crescer economicamente, não basta nem ao menos crescer intelectualmente. É preciso crescer como humanos. O resto, meus amigos, virá com naturalidade.


Cogito, ergo sum :T

quarta-feira, 29 de julho de 2009

O que é desenvolvimento para você?

Essa vinheta circulou pelos comerciais da MTV no início dessse ano.
Pra quem não viu (:




E pra você, o que é desenvolvimento? Eis um bom local pra resposta.

Cogito, ergo sum :T

terça-feira, 28 de julho de 2009

Intervenção Urbana

Melhor aproveitar essa semana ( que talvez seja a última de férias, se nossa cara pandemia não ditar o contrário) pra postar algumas coisas a mais, porque quando as aulas voltarem já aviso que vou estar meio enforcado com tudo x.x Enfim... Numa pesquisa esta manhã, encontrei informações interessantes sobre um tema que me chama a atenção já há algum tempo.

Antes de mais nada... Uma breve definição:

Intervenção Urbana é o termo utilizado para designar os movimentos artísticos relacionados às intervenções visuais realizadas em espaços públicos. No início, um movimento underground que foi ganhando forma com o decorrer dos tempos e se estruturando. Mais do que marcos espaciais, a intervenção urbana estabelece marcas de corte. Particulariza lugares e, por decupagem, recria paisagens. Existem intervenções urbanas de vários portes, indo desde pequenas inserções através de adesivos (stickers) até grandes instalações artísticas.

"O que hoje chamamos de intervenção urbana evolve um pouco da intensa energia comunitária que floresceu nos anos de chumbo. Os trabalhos dos artistas contemporâneos, porém, buscam uma religação afetiva com os espaços degradados ou abandonados da cidade, com o que foi expulso ou esquecido na afirmação dos novos centros. Por meio do uso de práticas que se confundem com as da sinalização urbana, da publicidade popular, dos movimentos de massa ou das tarefas cotidianas, esses artistas pretendem abrir na paisagem pequenas trilhas que permitam escoar e dissolver o insuportável peso de um presente cada vez mais opaco e complexo." Maria Angélica Melendi

"Cabe observar que, atualmente nas artes visuais, a linguagem da intervenção urbana precipita-se num espaço ampliado dereflexão para o pensamento contemporâneo. Importante para o livre crescimento das artes, a linguagem das intervenções instala-se como instrumento crítico e investigativo para elaboração de valores e identidades das sociedades. Aparece como uma alternativa aos circuitos oficiais, capaz de proporcionar o acesso direto e de promover um corpo-a-corpo da obra de arte com opúblico, independente de mercados consumidores ou de complexas e burocratizantes instituições culturais." Wagner Barja

http://www.intervencaourbana.org/

Claro que isso não passa de uma opinião própria... Mas eu vejo as Intervenções Urbanas como uma grandiosa manifestação artística que usa de espaços públicos para explanar opiniões de forma criativa e - por que não?- protestar contra as barbaridades que vemos todos os dias nos noticiários. (Não acho que vá demorar muito para intervenções contra o Senado aparecerem por aí e, se querem saber, eu ficaria muito feliz de participar de uma (:).

A seguir, alguns exemplos para vocês se deleitarem. Enjoy it.

Não consegui achar os autores - x.x







































Anderson Augusto & Leonardo Delafuente - Grupo 6EMEIA - http://www.6emeia.com
















Alexandre Orion - http://www.alexandreorion.com/_orion.htm


















Legal, né? (:

Cogito, ergo sum :T

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Entrevista - Soninha

Menina, como o tempo voa! Parece que foi ontem que eu escrevi que ia mandar um post novo "amanhã"!

Nesta semana, dei uma canseira em duas alunas de jornalismo de Taubaté. Elas combinaram de vir até a Subprefeitura Lapa (onde eu trabalho) gravar uma entrevista sobre "jovens e política". Chegariam às 11:00 e sairiam às 11:30, porque ao meio-dia eu precisaria estar na Câmara Municipal para participar da reunião da Comissão de Orçamento e Finanças. Mas elas se perderam e se prenderam no trânsito e chegaram aqui às 11:40 - resultado, me pegaram subindo na moto.

O pessoal daqui conversou com elas ("preferem esperar ela voltar ou encontrá-la na própria Câmara?") e acabaram indo atrás da mim.

A reunião de Finanças terminaria às 13:00, mas - adivinhe - acabou sendo prorrogada e terminou às 13:30. Finalmente reencontrei as meninas e gravamos a entrevista.

Disse a elas o que já declarei mil vezes: que acho uma bobagem essa história de que "o jovem de antigamente era mais engajado; o jovem de hoje é mais apático". "Antigamente" havia jovens "apáticos" e hoje há milhões de jovens engajados em diversas causas, militando de inúmeras maneiras. Em saraus literários na periferia ou no Fórum Mundial; em Conselhos de Juventude ou grupos de rap; em blogs ou Pastorais.

O problema é que jovens e adultos - e há muitos "alienados" entre estes últimos - não encaram a política como espaço e ferramenta para exercitar seu engajamento, seu inconformismo, seu idealismo. E a política ainda é o "lugar" com mais poder de transformar o mundo. Se ocupada por picaretas, pode causar muito dano; se exercida por pessoas inteligentes, sensatas, apaixonadas e justas, pode trazer imenso benefício.

Como atrair, então, para a vida política (a política institucional, partidária ou não), os idealistas?

Em primeiríssimo lugar, com uma conduta atraente... Deixando de transformar a política em um jogo de tabuleiro, em que o mais importante é conquistar território, usando qualquer método, leal ou desleal, para derrotar o adversário. Deixando de dividir o mundo toscamente em "bons" (os meus aliados) e "maus" (meus adversários ou oponentes); de mudar o discurso conforme o lado para onde sopra o vento. De prometer o impossível. De esquecer o bem coletivo e jogar no "quanto pior melhor", ou "pirão pouco, primeiro o meu".

Em segundo lugar, traduzindo a política para as pessoas. Não adianta querer que elas se interessem por um mundo hermético, misterioso, com rituais chatos e incompreensíveis e linguajar estéril. Não custa muito falar português...

Terceiro, criando formas de aproximação e participação. Pela internet, em conselhos gestores, conselhos temáticos, audiências públicas. Derrubando o abismo - que é imaginário - entre as "pessoas comuns" e os "políticos".

Mas quantas vezes os abismos imaginários são os mais difíceis de destruir?

No próximo post, eu conto a história da parede do gabinete. Deu o maior trabalho para derrubar, e não é porque era muito sólida!

É por isso que eu sempre digo:

A gente tem mais liberdade e poder do que usa.

por Soninha // 17/06/2009 - 13:49

Retirado do Blog da Soninha - http://mtv.uol.com.br/blogdasoninha/blog - que não só escreve muito bem, como age fantasticamente (:

Cogito, ergo sum :T

Ah Sarney! Fica só mais um pouquinho, vai...



É só ligar a TV.

Globo, Record, Band, SBT. Até na MTV isso passa toda hora - esse canal em particular terá seu merecido post particular, em breve - Quem não 'tá ligado, ao menos superficialmente, aos acontecimentos envolvendo nosso amado ex-presidente nacional e atual presidente do Senado, José Sarney, só pode estar em coma, ou anda passando muito tempo a comentar fotos no Orkut.

Um gigantesco movimento no Twitter + Orkut clama dia após dia pela saída do Zé Sarney (e os apelidos são tantos...), mas,
particularmente, tenho uma opinião um pouco diferente sobre o assunto.

Sigam por um momento esta linha de raciocínio: o foco da tal Crise no Senado é a figura de José Sarney (juntamente com sua enxurrada de parentes & agregados); a partir de tanta investigação jornalística sobre a Crise, quilos e quilos de podridão finalmente parecem começar a nos privilegiar com seu doce (ou quase) aroma.

Por que, então, o desejo de uma saída tão rápida de Sarney? Ainda não tenho uma opinião sobre a real utilidade de uma transformação dos protestos (virtuais, em sua maioria oo") na modinha do momento - mas, quem sabe, talvez isso ainda nos seja útil - mas continuo defendendo meu ponto de vista:

"Ah Sarney! Fica só mais um pouquinho, vai... Quando você sair, é bom que essa corja toda vá com você e, se Deus quiser, e o povo ajudar, nunca mais ponha os pés num cargo público ;D"

Cogito, ergo sum :T