segunda-feira, 27 de julho de 2009

Entrevista - Soninha

Menina, como o tempo voa! Parece que foi ontem que eu escrevi que ia mandar um post novo "amanhã"!

Nesta semana, dei uma canseira em duas alunas de jornalismo de Taubaté. Elas combinaram de vir até a Subprefeitura Lapa (onde eu trabalho) gravar uma entrevista sobre "jovens e política". Chegariam às 11:00 e sairiam às 11:30, porque ao meio-dia eu precisaria estar na Câmara Municipal para participar da reunião da Comissão de Orçamento e Finanças. Mas elas se perderam e se prenderam no trânsito e chegaram aqui às 11:40 - resultado, me pegaram subindo na moto.

O pessoal daqui conversou com elas ("preferem esperar ela voltar ou encontrá-la na própria Câmara?") e acabaram indo atrás da mim.

A reunião de Finanças terminaria às 13:00, mas - adivinhe - acabou sendo prorrogada e terminou às 13:30. Finalmente reencontrei as meninas e gravamos a entrevista.

Disse a elas o que já declarei mil vezes: que acho uma bobagem essa história de que "o jovem de antigamente era mais engajado; o jovem de hoje é mais apático". "Antigamente" havia jovens "apáticos" e hoje há milhões de jovens engajados em diversas causas, militando de inúmeras maneiras. Em saraus literários na periferia ou no Fórum Mundial; em Conselhos de Juventude ou grupos de rap; em blogs ou Pastorais.

O problema é que jovens e adultos - e há muitos "alienados" entre estes últimos - não encaram a política como espaço e ferramenta para exercitar seu engajamento, seu inconformismo, seu idealismo. E a política ainda é o "lugar" com mais poder de transformar o mundo. Se ocupada por picaretas, pode causar muito dano; se exercida por pessoas inteligentes, sensatas, apaixonadas e justas, pode trazer imenso benefício.

Como atrair, então, para a vida política (a política institucional, partidária ou não), os idealistas?

Em primeiríssimo lugar, com uma conduta atraente... Deixando de transformar a política em um jogo de tabuleiro, em que o mais importante é conquistar território, usando qualquer método, leal ou desleal, para derrotar o adversário. Deixando de dividir o mundo toscamente em "bons" (os meus aliados) e "maus" (meus adversários ou oponentes); de mudar o discurso conforme o lado para onde sopra o vento. De prometer o impossível. De esquecer o bem coletivo e jogar no "quanto pior melhor", ou "pirão pouco, primeiro o meu".

Em segundo lugar, traduzindo a política para as pessoas. Não adianta querer que elas se interessem por um mundo hermético, misterioso, com rituais chatos e incompreensíveis e linguajar estéril. Não custa muito falar português...

Terceiro, criando formas de aproximação e participação. Pela internet, em conselhos gestores, conselhos temáticos, audiências públicas. Derrubando o abismo - que é imaginário - entre as "pessoas comuns" e os "políticos".

Mas quantas vezes os abismos imaginários são os mais difíceis de destruir?

No próximo post, eu conto a história da parede do gabinete. Deu o maior trabalho para derrubar, e não é porque era muito sólida!

É por isso que eu sempre digo:

A gente tem mais liberdade e poder do que usa.

por Soninha // 17/06/2009 - 13:49

Retirado do Blog da Soninha - http://mtv.uol.com.br/blogdasoninha/blog - que não só escreve muito bem, como age fantasticamente (:

Cogito, ergo sum :T

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